Mundo dos Sonhos.

- Hey! Cheguei! - Anunciou animada adentrando a casa de Leão. Como esperado, a casa estava silenciosa, como se estivesse vazia. Mas isso não era de todo verdade. Seu guardião estava ali. Só que estava imerso em um sono profundo. Presente do deus Hypnos.

Assim que Afrodite os enviara de volta ao Santuário, Athena tratou de levar o leonino de volta aos seus aposentos. Agora ele dormia profundamente na cama de seu quarto.

- Acabei de avisar aos outros que meu querido papai está brincando conosco. - Ela falava em voz alta, enquanto estava na cozinha e começava a mexer nas coisas, como se prepara-se algo. Era uma conversa interessante. Athena falava para um cavaleiro adormecido.- Ele levou as armaduras. Não podemos lutar sem elas. É suicídio, você sabe.

Finalmente pareceu achar o que procurava: uma faca e uma maçã. Deixou a cozinha e foi até o quarto. Puxou uma cadeira para perto da cama, sentou-se e começou a descascar a maçã.

- Eu sei que não pode me ouvir. Mas preciso de alguém pra conversar. Ou melhor, monologar. Ao menos você não vai reclamar, não é? Estou me sentindo culpada. Eu não deveria deixar meu pai invadir meu santuário assim tão facilmente. E agora todos os cavaleiros estão sem condições de lutar. Por minha culpa. Creio que eu deveria ir até as armaduras sozinha. Embora eu tenha certeza que Zeus armou alguma coisa. Posso sentir os cosmos dos outros deuses. - Fez uma pausa e mastigou uma fatia da fruta. Depois acrescentou de boca cheia - Não gosto disso. - Falou seriamente - Também não gosto da sua cozinha. Não achei a bebida. Tenho certeza de que você a esconde em algum lugar por aqui. Não quer me dizer aonde? Eu juro que pego só um vinhozinho.

O tom de voz era suplicante. E ela esperou em silencio. Como se ele fosse acordar a qualquer momento e dizer "Tenho um adega secreta no subterrâneo. Como a resposta não veio, ela apenas permaneceu em silêncio e terminou a maçã.

- Também gostaria de fazer algo por você... - Suspirou, elevando o proprio cosmo. Se leão estava mesmo no mundo dos sonhos, não havia muito que pudesse fazer. - Por hora, posso apenas usar meu cosmo para evitar que alguma coisa de Morphia te ataque. Posso te proteger, mas não te acordar. Terá de se contentar com isso, tá? Prometo que irei te tirar de lá o mais rápido possível.

Permaneceu por ali em silêncio ainda por algumas horas. Quando já estava anoitecendo, deu um beijo de despedida na testa do cavaleiro e deixou o lugar, voltando para o templo do grande Mestre.